A perda de memória é uma preocupação comum com o envelhecimento, mas pesquisas indicam que ela afeta as mulheres de forma mais significativa do que os homens.
Fatores hormonais, genéticos e até mesmo o impacto da carga mental são algumas das razões que explicam essa diferença.
O papel dos hormônios na memória feminina
Os hormônios desempenham um papel fundamental na saúde do cérebro, especialmente o estrogênio.
Esses hormônios, além de diversas funções regulares no organismo feminino, têm um efeito protetor sobre as células cerebrais e as conexões neurais.
No entanto, com a chegada da menopausa, os níveis de estrogênio caem significativamente, impactando diretamente a memória e aumentando o risco de problemas cognitivos, como o Alzheimer.
A carga mental e o impacto no cérebro
Outro fator relevante é a chamada carga mental, que se refere ao acúmulo de responsabilidades que muitas mulheres enfrentam para equilibrar trabalho, família e tarefas domésticas.
Esse excesso de demandas gera estresse estressante, elevando os níveis de cortisol no organismo.
O cortisol em excesso pode prejudicar o funcionamento do hipocampo, área do cérebro responsável pela memória e pelo aprendizado.
Fatores genéticos e risco de doenças neurodegenerativas
Estudos mostram que as mulheres têm maior probabilidade de desenvolver Alzheimer do que os homens.
Um dos motivos pode estar associado ao gene APOE-ε4, relacionado ao risco da doença.
Mulheres portadoras desse gene têm uma predisposição maior à mesma flexibilidade cognitiva em comparação aos homens com a mutação genética.
Como prevenir a perda de memória?
Apesar dos desafios, há maneiras eficazes de proteger a saúde do cérebro e reduzir os impactos da perda de memória:
- Alimentação saudável: consumir alimentos ricos em antioxidantes, ômega-3 e vitaminas do complexo B ajuda na saúde cerebral.
- Atividade física: exercícios regulares melhoram a circulação sanguínea e estimulam a neuroplasticidade.
- Sono de qualidade: noites mal dormidas prejudicam a consolidação da memória.
- Estimulação mental: ler, aprender novas habilidades e praticar jogos de raciocínio mantém o cérebro ativo.
- Controle do estresse: técnicas como meditação e mindfulness ajudam a reduzir o impacto do estresse na memória.
Se os lapsos de memória forem frequentes e comprometerem a rotina, procurar ajuda médica é essencial para avaliar a causa e adotar o tratamento adequado.
Manter hábitos saudáveis e se atentar aos sinais do corpo são passos importantes para preservar a saúde cognitiva ao longo da vida.
Dr. Davi Klava
Neurologia
CRM 139275